domingo, 22 de novembro de 2009

Vá ao Teatro!


O Governo de São Paulo está com a campanha " Vá ao teatro" e tem conseguido bastante prestígio pelos admiradores da cultura. O programa tem como objetivo aumentar o acesso da população à arte e para isso ficará em vigor entre os dias 26 de outubro de 2009 a 13 de dezembro de 2009, oferecendo ingressos dos melhores espetáculos por R$5,00. O interesado deve consultar o regulamento e a programação no site http://www.vaaoteatro.org.br/.


Vendas dos ingressos:
Pontos Fixos:
Poupatempo Santo Amaro
Rua Amador Bueno, 176/258
Poupatempo São Bernardo do Campo
Rua Nicolau Filizola, 100 – Centro
Van móvel:

21/11 das 10h00 as 16h no Parque da Água Branca
Rua Ministro Godoi, 180
22/11 das 10h00 as 16h na Praça da Liberdade - próximo a Estação Liberdade do Metrô
Ingresso Rápido:
Pontos Fixos- FNACs , Espaço Parlapatões.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Casas em estilo Art Decô sobrevivem na Casa Verde

No ano da França no Brasil, o estilo francês em artes aplicadas, Art Decô, que tanto fez sucesso nos anos 20 ainda, se faz presente em muitas regiões da cidade de São Paulo, principalmente nas centrais, como Santa Ifigênia ou a Avenida São João, no entanto, muitos imóveis neste estilo de arte decorativa sobrevivem aos efeitos do tempo e as mudanças estéticas dos últimos séculos, na região da Casa Verde.
“Algumas casas chegam há datar 85 anos, e muitas mantêm a arquitetura original, janelas, portas. Acho que elas sobreviveram tanto tempo por causa da proximidade do bairro com o Campo de Marte, que impede a construção de grandes prédios e conserva aquelas estruturas antigas”, diz Cláudio, corretor de uma das imobiliárias da região.
Apesar de uma parcela significativa destes imóveis estarem conservados – por proprietários ou mesmo pelas imobiliárias - há outra que se encontra em estado inabitável, devido à degradação que sofreu ao longo dos anos, e a ausência de profissionais, que de maneira adequada façam a restauração. Cláudio explica que restaurar tais estruturas fica caro demais, porque não é fácil encontrar profissionais que se disponham à tarefa devido ao grau de complexidade. Mesmo sendo antigas, a venda e o aluguel destes imóveis é maior devido ao baixo custo por conta da estrutura desgastada.
Esta relação de baixo custo associada ao estilo elegante e confortável da Art Decô foi crucial para a escolha do local de moradia de Cezarino de Paiva, 88, que há 50 anos reside com sua família em uma casa na Rua Bernardino Fanganiello. “Morava em um lugar muito ruim entre o Bairro do Limão e o Jardim das Laranjeiras, então um dia eu passei por esta rua e vi a placa dizendo ‘ALUGA-SE’, então liguei na Imobiliária e quando eu subi a escada gostei do lugar, era grande, tinha uma sala espaçosa”, relembra mencionando o fato da dificuldade de manter o imóvel com a arquitetura e o estilo original. “Eu gosto da arquitetura, só que reformar é complicado porque se você olhar no muro tem um desenho feito em cimento que é saliente, se nós rebocarmos o muro, isto se perde”, finaliza o antigo inquilino.
Segundo moradores do local o que diferencia as casas em estilo Art Decô das demais, é a presença da geometrização em efeito artístico, que se acentua principalmente nas “fachadas” das residências, no entanto, como são antigas, este efeito diferencial se perde entre os prédios, placas, e toldos da região.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Escritor francês traz esperança ao jovem brasileiro

O escritor e industrial Daniel Fresnot, em viagem à cidade de La Paz, na Bolívia , conhece através da exposição “Crianças da Arte de Rua”, o trabalho voluntário do Grupo Enda, que abriga milhares de crianças bolivianas e assim decide trazer essa ideia para o Brasil.
A iniciativa de concretizar o projeto que Fresnot apenas tinha em seus pensamentos, surgiu quando ele notou a necessidade de acolher esses jovens durante o período noturno, pois ele acredita que não adianta ajudar até as 18 horas, quando o educador volta para a casa e o menino volta para debaixo do viaduto, assim o trabalho que foi feito durante o dia é perdido na noite seguinte.
Considerada a primeira Casa de acolhimento do centro de São Paulo a abrigar cerca de 30 crianças e jovens por dia durante 24 horas, as Casas Taiguara contam atualmente com 5 unidades localizadas nos bairros da Casa Verde, Bela Vista e Luz. Fundada em 1996 por Daniel,a instituição conta com a ajuda de familiares e voluntários e oferece aos jovens brasileiros além de um lar digno, atividades esportivas, culturais e educacionais.
No início, a vida do fundador não foi nada fácil, pois a burocracia da subprefeitura e as dificuldades financeiras, impediam que o projeto fosse rapidamente bem sucedido. No entanto, com a ajuda de voluntários e com a força de seu ideal, o presidente das Casas, aos poucos, foi superando esses obstáculos.“Quem mais me deu forças para que eu não desistisse foi Deus, pois foram surgindo muitas coincidências e assim, as barreiras iam sendo rompidas” diz Daniel Fresnot.
A rotina diária do fundador é sempre a mesma, pois com o auxílio de educadores, sai nas ruas da capital paulista oferecendo melhores condições de vida aos jovens. “Eu vou com o folheto da casa, explico que aqui ele pode tomar banho, comer e voltar à escola, se for conosco”, diz Daniel Fresnot.
A maioria das histórias de vida das crianças abandonadas nas ruas resumem-se em maus tratos por parte dos pais, tentativa de abuso sexual, dependência química e muitos outros fatores que assombram a realidade de uma sociedade desigual. “Não gosto de comentar da minha mãe e do meu pai, por que é só tristeza, só lembro coisas ruins” diz Roger Silva, habitante da República Jovem Taiguara.
Existem casos em que muitas crianças e jovens voltam para as ruas por opção própria, nesses momentos Fresnot tenta novamente recuperá-los, mas muitas vezes, não obtém êxito. “Fico muito contente ao ver que nossas crianças se dão bem aqui, ficam felizes, se empenham nos estudos e nas atividades que oferecemos à elas, mas fico triste quando não consigo manter algumas conosco. Nessas horas, tenho a sensação que poderia fazer muito mais.”, diz o presidente.
Para doações entrar em contato nos telefones: 3101-8421/
3106 3851
Texto realizado por mim para o Jornal Experimental da Universidade

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Região se reafirma como um dos redutos do samba

“Valdir, vai buscar o tambor/ Laércio, traz o agogô/ Que o samba na Casa Verde enfezou./ Silêncio!”. Com esses versos, há 50 anos, o mais famoso dos sambistas paulistanos compunha a música “No Morro da Casa Verde”. Adoniran Barbosa homenageava a região que desde aquela época já se configurava como uma das moradas do samba na cidade. E não é por menos, a história do samba de São Paulo está intimamente ligada ao bairro e suas redondezas, que hoje abrigam cinco escolas de samba nos grupos especial e de acesso, além de escolas em outras categorias.
A história do relacionamento do lugar com o estilo musical conta com nomes importantes como Zeca da Casa Verde, Toniquinho Batuqueiro, Geraldo Filme, Carlão do Peruche, dentre outros. Conta também com uma das escolas paulistanas mais antigas, a Unidos do Peruche, fundada em 1954 por membros oriundos do grupo Lavapés, dentre eles Carlão do Peruche. “A zona norte é importante para o samba. Me orgulho da Unidos ser uma das pioneiras aqui. E a escola já nasceu grande, pois contava com membros tarimbados”, orgulha-se o sambista.
Outra escola antiga é a Morro da Casa Verde, criada em 1962 e dirigida por Dona Guga há 31 anos. A escola foi fundada pelo pai dela e tinha Zeca da Casa Verde como compositor. “O Zeca ficava sentado e ia compondo. Eu o conheci assim, em uma visita à casa da minha cunhada”, conta Dona Guga.
Embora nem todo mundo conheça a história, o samba ainda é a grande paixão das diferentes gerações. Gustavo de Oliveira, apesar de não ser do bairro, o adotou como comunidade por abrigar sua escola de coração, a Império de Casa Verde, fundada em 1994. “Império pra mim representa uma família mesmo. É definitivamente a minha maior paixão e o samba é o complemento desse amor. É ele que faz o coração bater mais rápido na avenida, é uma inspiração nos momentos tristes e nos felizes”, diz o membro da “caçula das escolas de samba”.
Mas para os sambistas mais antigos, a cultura do samba e do carnaval já não é a mesma. Com todas as regras impostas para o desfile, muito se perdeu, em especial, a elegância da dança. “A origem do Brasil está indo embora. Se continuar assim, o samba acaba em quatro anos”, lamenta Dona Guga. “Não tem mais carnaval. Isso é mais uma competição entre as escolas, nós mais andamos do que desfilamos. Nossa cultura e nossos costumes estão desaparecendo em prol dos interesses”, afirma Carlão do Peruche.


Texto elaborado por mim para a disciplina de Introdução ao Jornalismo